Tenho o costume de ler livros diversos simultâneamente. A alternância acontece de acordo com o momento, o humor, o interesse, a necessidade.
Alguns livros passam muito tempo junto à pilha que vai se renovando. Outros tem passagem meteórica. Os preferidos retornam depois de um tempo.
Tem épocas em que leio desenfreadamente. Acabo um livro e já começo outro.
Daí vem uma calmaria, nada me empolga muito. Procuro e não encontro nada que seja realmente o que eu queira ler.
Desencano.
Aí me cai nas mãos um livro que me arrebata.
Foi assim com este:
Depois de uns meses sem mergulhar de cabeça em uma história, dei com “As Aventuras de Pi” de Yann Martel.
Não assisti ao filme (ainda).
Na época em que ele esteve em destaque simplesmente o registrei como um filme que quero ver, mas pouco li/ouvi sobre o enredo. Apenas soube que era sobre um garoto que naufragou e ficou à deriva com um tigre. Ponto.
Não sabia que havia um livro antes de haver o filme.
Não sabia que o livro tinha sido lido por milhões de pessoas.
Não sabia que era uma história real.
Simplesmente incrível.
Leio e não me contenho: vou contando trechos para o marido e para os filhotes.
Me fascino com a busca espiritual do garoto, com as informações sobre o comportamento dos animais selvagens, com a resistência de Pi ao mar, ao medo, à escassez.
Estou em alto mar, à deriva junto com Pi. Sinto sede e calor (é certo que com a ajuda desse tempo desértico que se abate sobre São Paulo).
Estou chegando ao fim já com um sentimento de apego à história.
Quando gosto muito de um livro fico com ele por perto mesmo depois de terminá-lo. Às vezes folheio suas páginas, retorno a alguns trechos. Este vou ter que desapegar (por enquanto) pois é de uma biblioteca.
Enquanto não tenho o meu próprio volume, coloco este aqui na minha
estante virtual e o recomendo fortemente a quem ainda não o leu.